No segundo encontro, falaríamos sobre coisas mais pessoais, sobre nosso passado, nosso futuro, o que queremos, quem somos. Conversaríamos por horas e horas, como se nos conhecêssemos há anos. Até que, por fim, a convidaria para ir na minha casa, sob o pretexto dela conhecer minha biblioteca (que é, verdadeiramente, assombrosa, tamanha sua riqueza).
Já em casa, eu proporia que tomássemos um bom vinho, que vinha guardando para ocasiões especiais. Com um risinho, característico dela, ela me diria:
>E essa é uma ocasião especial, user?
Eu sorriria, colocando o vinho em duas taças. Tomaríamos um gole, sentaríamos no sofá, e conversaríamos um pouco mais. Após algumas taças, ela estaria um pouco mais solta, bem sorridente (e eu também, é claro), jogando aos poucos seu corpo contra o meu, em um joguinho de sedução que nós dois já saberíamos onde iria chegar. Por fim, nossos olhos se encontrariam de uma forma especial, aquele tipo de olhar que surge como uma faísca, brevíssimo, mas que dura uma eternidade. Colocaria uma mão na sua perna e me aproximaria, sentindo o cheiro de lavanda dos seus lindos cabelos. Ela, trêmula, se aproximaria, fechando devagar seus olhos, abrindo um pouco sua boca, sedenta, ávida. Nosso beijo seria macio, leve, como uma pena a cair do céu.
Faríamos amor até raiar o dia, com tantas carícias que chamar o ato de sexo seria destituí-lo de seu valor mais profundo. Olhando o nascer do sol, juntos, nus, colados um ao outro, ela se sentiria feliz. Pegaria um pequeno maço de maconha, de dentro da minha cabeceira, e tragaria com prazer. Ana iria pedir para dar uma tragada também. Sob o efeito daquela fumaça intoxicante, faríamos amor pelo resto do dia.
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